O que é EDI e qual seu papel nas empresas?

O ambiente digital é hoje o principal meio de troca de informações entre as empresas, sobretudo em setores como a indústria, o varejo, a logística e o financeiro. Entretanto, se cada software usa uma linguagem diferente, a comunicação pode ser mais difícil. Contudo, o Eletronic Data Interchange (EDI) surge como uma solução para essa questão. Afinal, você sabe o que é EDI e como ele funciona?

Você tem a opção de ouvir o conteúdo, caso não tenha tempo para ler.

Neste artigo, você encontrará tudo o que precisa saber sobre esse sistema, além de algumas dicas para que você tenha sucesso na implantação na sua empresa. Confira!

O que é EDI?

O Eletronic Data Interchange (EDI) é uma tecnologia que faz a integração de dados entre empresas. Seu objetivo é facilitar e agilizar a troca de informações, algo fundamental para o segmento mercantil. Grosso modo, o EDI permite que diferentes tecnologias “falem a mesma língua”, trocando dados entre si para evitar a necessidade de uma intervenção humana.

A dificuldade na comunicação acontece devido ao fato de que cada desenvolvedor de software usa suas próprias linguagens de programação, estratégias e métodos. Logo, um arquivo gerado por uma plataforma comercial pode ser ilegível para um sistema diferente. Afinal, este segundo pode não ler aquele formato ou mesmo procurar os dados no local errado.

O EDI opera por meio de um tipo de protocolo que contém regras de padronização para a emissão dos arquivos digitais, o chamado layout EDI. No mercado de logística, por exemplo, o formato XML e o padrão EDI Proceda são os mais utilizados pelas empresas.

E se o ritmo do mercado exige muita produtividade no recebimento, essa tecnologia passa a ser insubstituível.

Qual o impacto do EDI na cadeia de suprimentos?

Quando mencionamos que a intervenção humana deixa de ser necessária em certos processos, isso significa sincronizar os dados entre duas empresas. Quando a distribuidora envia um produto para o varejista, por exemplo, o EDI permite que os dados registrados na empresa emissora dos documentos fiscais sejam automaticamente assimilados pelo sistema do recebimento.

Além de promover um ganho de tempo expressivo, a tecnologia dá mais segurança às operações. A mesma lógica acompanha toda a cadeia de suprimentos, incluindo fornecedores de matéria-prima, indústria e varejo. Veja um exemplo prático.

Quando o varejista envia um pedido para a indústria, ele é automaticamente registrado no sistema. Na execução do picking e packing, o risco de uma falha humana será eliminado. Na prática, além de ganhar tempo, o EDI garantiu que a indústria está enviando precisamente aquilo que foi solicitado.

Já entre a transportadora e a indústria, alguns processos otimizados pelo EDI envolvem o envio de:

  • notas fiscais relacionadas aos produtos a serem transportados;
  • relatório de produtos entregues naquele dia, além das ocorrências de transporte;
  • documento com a lista de materiais prontos para retirada na empresa;
  • lista de materiais já embarcados nos transportes;
  • lista de conhecimentos já faturados;
  • documentos de cobrança das entregas realizadas pela transportadora.

São atividades que impactam diretamente a dinâmica da logística, um setor cujo desempenho é estratégico para todas as empresas envolvidas com a cadeia de suprimentos.

Como aplicar o EDI nas empresas?

Antes de começar, é preciso ter em mente que a adoção do EDI envolve alinhar as estratégias com os demais envolvidos: fornecedores, clientes, transportadoras e parceiros comerciais em geral. Eles devem entender as vantagens do uso dessa tecnologia, assim como os impactos práticos que mencionamos anteriormente.

A partir desse ponto, você pode seguir os seguintes passos.

1. Defina um responsável

O investimento exige, é claro, tempo e dinheiro. Por isso, é essencial planejar os detalhes da implantação, o que pode ser feito com mais facilidade com uma pessoa ou equipe focada nisso. Suas atribuições básicas devem incluir levantar orçamentos, estabelecer as etapas (instalação, treinamento etc.) e coordenar o processo em todos os departamentos envolvidos.

Vale destacar que a pessoa ou equipe responsável será o principal ponto de comunicação com os clientes no que diz respeito à instalação do sistema.

2. Faça um mapeamento de processos

Para que o EDI tenha um desempenho de ponta, é preciso compreender a fundo o funcionamento da organização, suas demandas e as oportunidades. Nesse sentido, um mapeamento de processos ajuda a identificar os pontos de conexão com as outras empresas. Então, você poderá definir qual será a melhor forma de inserir a tecnologia nesse contexto, respeitando a dinâmica e a cultura organizacional.

3. Selecione um fornecedor para a tecnologia

Existem diferentes fornecedores de EDI, o que significa que você terá que encontrar um que atenda às demandas específicas da sua empresa. Vale a pena considerar, por exemplo, se o EDI se comunica especificamente com os módulos das soluções que você utiliza — como o software de Planejamento de Vendas e Operações (S&OP), o ERP, o CRM etc.

Uma rede interoperável de valor agregado (VAN) é um outro diferencial importante, além de questões relacionadas à própria interface: as opções de língua, o suporte técnico, soluções complementares etc. Lembre-se de pesquisar a satisfação de outros usuários e a reputação do fornecedor em questão para acertar na escolha.

4. Estabeleça métodos de trabalho e faça testes

Um novo mapeamento de processos deve ser feito considerando o cenário pós-implementação, já que os departamentos terão que se adaptar às mudanças. Nesse momento, é crucial contar com o suporte do fornecedor do EDI para acompanhar o processo, tirar dúvidas e ajudar na normalização.

Uma dica importante é estabelecer prazos para cada etapa e, é claro, acompanhar de perto o processo do início ao fim. Um projeto piloto pode ser uma boa alternativa para evitar uma migração total de uma vez só. Se optar por esse caminho, faça a instalação e comece a transferir as atividades para o sistema aos poucos.

Por fim, vale destacar a importância de ser criterioso na escolha das soluções tecnológicas como um todo. Uma das tendências da transformação digital é a integração de dados, centralizando os processos em plataformas mais completas e, com isso, aproximando os departamentos. Assim, a empresa opera de forma mais orgânica, com todas as equipes alinhadas em torno dos mesmos objetivos.

Agora que você já sabe o que é EDI e como ele funciona, faça uma análise da sua cadeia de suprimentos e veja como ela pode ser beneficiada por uma solução desse tipo. Com isso, você promove mais agilidade e segurança nas suas operações comerciais!

Gostou do conteúdo? Então, compartilhe esse conhecimento com seus colegas nas redes sociais!

Esses artigos podem completar essa leitura

Ver todos conteúdos
Evolução na jornada de compra B2B e como acompanhar
Evolução na jornada de compra B2B e como acompanhar

Conhecer e aprimorar essa experiência é uma excelente oportunidade para otimizar a eficiência operacional e crescer a sua indústria. Saiba... Saiba mais

O papel da automatização de processos na indústria
O papel da automatização de processos na indústria

Descubra por que automatizar tarefas de rotina pode gerar mais competitividade e valor ao negócio. Saiba mais

Consumidor omnichannel: como este perfil muda o futuro do consumo?
Consumidor omnichannel: como este perfil muda o futuro do consumo?

Descubra como se adequar aos consumidores do futuro para aumentar rentabilidade e ter um negócio mais sustentável Saiba mais

Como ter um batimento de nota fiscal e pedido de compra infalível
Como ter um batimento de nota fiscal e pedido de compra infalível

Se realizado manualmente, o batimento de nota fiscal é demorado e passível de erros. Neste artigo, você vai ver como... Saiba mais

Controle de pedido de compra: como a tecnologia pode ajudar
Controle de pedido de compra: como a tecnologia pode ajudar

Toda empresa repor seus estoques, mas as que automatizam suas metodologias otimizam o controle de pedido de compra. Saiba mais... Saiba mais