Previsão de demanda: o que é e sua função na cadeia de suprimentos

Para a cadeia de suprimentos funcionar corretamente, muita coisa precisa ser prevista e antecipada. A indústria precisa saber quanto deve fabricar para não acabar no prejuízo. O varejista precisa estipular quanto vai vender para não sofrer rupturas nem ficar com o estoque parado. Nessas horas, a previsão de demanda pode ser uma grande ajuda.

O que é previsão de demanda?

O nome pode parecer meio auto-explicativo, mas o conceito em si é aplicável além do óbvio. A previsão de demanda é uma estimativa de mercado, que visa antecipar o que acontecerá no futuro e que pode impactar diretamente na área produtiva de uma empresa, seja ela fabricante ou varejista.

Também chamada de estimativa de demanda, ela envolve a análise de variáveis internas e externas, com o intuito de antecipar tendências de consumo que precisem de algum planejamento para serem supridas.

Previsão de demanda e planejamento empresarial

A previsão de demanda pode ajudar empresas de qualquer segmento a terem um planejamento mais assertivo em três diferentes frentes de atuação: no planejamento operacional, no tático e também no estratégico.

O planejamento operacional, desempenhado pelos supervisores, passa a ser mais eficiente porque eles trabalham com objetivos claros e buscam resultados específicos, o que facilita a rotina de trabalho no curto prazo.

Os gerentes, por sua vez, têm uma visão mais ampla do negócio, e com base no que foi previsto, podem planejar ações táticas de médio prazo específicas para diferentes setores ou unidades do negócio.

Por fim, a diretoria pode se valer da previsão de demanda para avaliar não só a empresa, mas o mercado como um todo. Isso facilita a geração de insights, dá visibilidade para eventuais oportunidades e permite uma abordagem estratégica de gestão a longo prazo.

4 passos da previsão de demanda

Para colocar em prática uma estratégia de previsão de demanda, existe uma sistemática que pode ser seguida. Claro que não é uma receita de bolo: as variáveis vão depender de uma série de fatores. Mas, via de regra, existem alguns passos que podem ser seguidos. São eles:

1 – Definição do objetivo

As metas são fundamentais para quantificar o sucesso de vendas e estratégias em qualquer segmento. No caso da estimativa de demanda, o objetivo tem a ver com o prazo (ele pode ser de curto, médio ou longo prazo) e também com o objeto de estudo. A previsão é sobre um determinado nicho de mercado, ou sobre um produto específico?Isso tudo é fundamental para o direcionamento da pesquisa.

2 – Definição da metodologia

A previsão de demanda pode ser aplicada por meio de métodos qualitativos ou quantitativos. No primeiro caso, tudo é estimado com base em fatores subjetivos, como a opinião de especialistas, a expectativa dos vendedores e a percepção dos clientes. No caso dos métodos quantitativos, são usados dados concretos (histórico de vendas e giro de estoque, por exemplo) para servirem de base às previsões.

Na metodologia qualitativa, o método Delphi é um dos mais populares. Ele consiste na formação de um grupo de especialistas que, separadamente, responde a questionários relevantes e analisa as opiniões dos demais até que chegue-se a uma média. Na metodologia quantitativa, cálculo de média móvel, fórmulas estatísticas e modelos como o ARIMA (Autoregressive Integrated Moving Average) são os mais utilizados.

3 – Coleta de dados

Depois que o método de estudo é definido, entra em cena a fase de coleta dos dados que vão nortear todo o processo. Dados próprios ajudam a definir o comportamento do consumidor referente ao seu negócio, enquanto informações de terceiros auxiliam na compreensão da dinâmica do mercado.

4 – Interpretação dos resultados

Por fim, depois que os dados foram devidamente coletados e analisados, vem a etapa de interpretação. Aí entra a experiência dos gestores e o conhecimento dos profissionais da área de finanças que, dentro dos objetivos estabelecidos, podem cruzar os dados com estatísticas socioeconômicas e financeiras para agregar ainda mais valor aos insights gerados.

Previsão de demanda x previsão de vendas

Embora sejam termos similares, não se deve confundir previsão de demanda com previsão de vendas. A primeira é muito mais focada em determinar os interesses do consumidor, e leva em conta fatores econômicos e sazonais. Já a segunda, projeta o montante das receitas que é esperado para um determinado período.

Repare que, enquanto a previsão de vendas é focada apenas na receita gerada pelo que é comercializado, a previsão de demanda vai além, pois analisa o mercado com um todo, inclusive os concorrentes, para ter como base indicadores mais amplos, que respaldam decisões de maior impacto.

Essa diferença entre os dois conceitos se traduz na amplitude de cada estudo. Por não pensar apenas na venda, a previsão de demanda é de vital importância para negócios que buscam possibilidades de expansão.

Imagine, por exemplo, que um fabricante de bebidas quer aumentar seu portfólio de produtos, ou entrar para um novo nicho de mercado. Antes de se aventurar por novos horizontes, ela precisa saber se há demanda e espaço para ela.

Sem um estudo prévio, existe o risco dela operar em um mercado que talvez não precise do seu produto, ou no qual players mais maduros não dão visibilidade a novos concorrentes.

A importância da previsão de demanda

Como vimos, a previsão de demanda não está necessariamente ligada ao número de vendas, mas ao comportamento do mercado em si. Justamente por isso, ela é importante tanto para o fabricante quanto para o varejista.

A indústria pode utilizar essa estratégia para mensurar quanto vai precisar produzir, sempre levando em conta variáveis relevantes. Uma fábrica de bronzeador, por exemplo, sabe que vende mais no verão, então seus esforços devem se concentrar neste período.

Isso evita o desperdício de matérias-primas e a produção em demasia. Todo o ciclo de produção passa a ser melhor nivelado, uma vez que se tem uma previsão de quanto deve ser produzido.

O varejo, por sua vez, faz suas compras com mais controle, sabendo, com base no seu próprio histórico, a quantidade de cada mercadoria que vai ser necessária. Nem ruptura, nem excesso de estoque: o ideal é que nunca falte nada na gôndola, nem fique sobrando no depósito.

Um estoque bem planejado não dá prejuízo: a taxa de giro é mais dinâmica, e o espaço é muito melhor aproveitado. Com isso, até os custos de manutenção podem ser reduzidos.

Em ambos os casos, analisar os dados de uma previsão de demanda concede ao gestor as ferramentas certas para tomar decisões mais assertivas, avaliar o potencial de mercado e as possibilidades de novos negócios.

Tecnologia e previsão de demanda

Se preparar para o futuro, e na cadeia de suprimentos, tudo deve ser feito com base em dados. A ideia não é “adivinhar” o que pode acontecer, mas antever possíveis cenários com base em informações reais, especialmente se a metodologia utilizada for a quantitativa.

Nessas horas, a parte de coletar e organizar os dados não precisa ser laboriosa e burocrática: a tecnologia é capaz de melhorar a eficiência operacional da indústria no varejo, otimizando o processo de tomada de decisões.

Além da coleta, a tecnologia também pode apoiar as empresas na hora de processar previsão de demanda, utilizando para isso algoritmos e métodos estatísticos que vão pegar todas essas informações que mencionamos anteriormente e realizar o cálculo de acordo com cada cotexto.

Se quiser saber mais, fale com um de nossos especialistas, e continue acompanhando nosso blog.

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